quarta-feira, 28 de julho de 2010

Crianças destruidoras ou criadoras?


“Supomos que a realidade seja a caixa em que fomos colocados, e não é, eu lhes asseguro. Abra a porta, um dia, e olhe para fora para ver quanta coisa há. O sonho de hoje será a realidade de amanhã. No entanto, nós nos esquecemos de como sonhar.”

Léo F. Buscaglia





Voltando a gênese da educação (parte 1):


“... o conhecimento não procede nem da experiência única dos objetos nem de uma programação inata pré-formada no sujeito, mas de construções sucessivas com elaborações constantes de estruturas novas, na interação com o ambiente e o social...” "O desenvolvimento cognitivo é condição necessária ao pleno exercício da cooperação, mas não condição suficiente, pois uma postura ética deverá completar o quadro" (Piaget, 1976).

Já faz um tempo que eu pensei em escrever sobre as crianças, por vários motivos, muitos descreverei aqui. Neste trecho acima de Piaget, um homem que se dedicou aos estudos do comportamento infantil como biólogo e psicólogo, já nos apontava de novo um importante aspecto sobre as crianças. Ressaltando que a experiência das mesmas não é inata, e sim aprendida. Parece uma informação obvia, mas não é!

Tenho esperanças ainda de “corrigirmos” nas crianças erros da geração passada, mas para isso teremos desde cedo aprender a trabalhar em conjunto, reestruturando a família (voltarmos a uma auto-avaliação de nós mesmos), a escola e o professor (mudando suas posturas), e com iniciativa alem de tudo do governo – na implementação em grande escala de um novo sistema de educação. Ingenuidade minha? Muitos diriam que sim, mas pelo caminho que estamos seguindo, acredito que logo será uma necessidade! Se desde cedo começarmos, menos deturpada virá cada nova geração.

Creio que o pensamento atual do: “Que se dane” terá logo um fim. Isso se quisermos ter um futuro a frente, não pra nós, mas para futuras gerações. Sei que parece alarmista, mas não é! As ultimas sociedades e a atual erra muito (substancialmente a ocidental e sua cultura IDIOTA, que de dominante e evoluída não tem nada!) erramos principalmente nas questões de cunho ecológico, pergunte a qualquer cientista consciente sobre o impacto que causamos em poucos anos no planeta. Dos recursos naturais que consumimos, do desequilíbrio que provocamos nos ecossistemas, nas extinções que causamos. Nos montantes de lixo que produzimos, e no desperdício que fazemos. O planeta não suporta este consumismo! Não por muito tempo.

O ser humano psíquico, esta sofrendo como nunca esteve na história. Essa ilusão cultuada do perfeccionismo, do individualismo – Quanta bobagem! Sabias palavras de Nietzsche ao dizer que estamos todos morrendo de solidão. Fora às doenças CRIADAS pela cultura que se alastram; depressão, síndromes do pânico, anorexia, obesidade, stress, suicídio... Entre centenas de doenças psicológicas e problemas sociais, que vai desde o contemporâneo bulling, aos preconceitos, xenofobias, etnocentrismo. Falam dos psicopatas? Estamos criando psicopatas, quando reforçamos alem de tudo status, poder e diversão acima de tudo, aliado com ideologias como “caça e caçador” ou “sobrevivência do mais forte”, “cada um por si”. Evoluímos não precisamos mais dessas baboseiras!!!!

O que estamos ensinando a nossas crianças?!

A serem consumistas sem pensarem nas conseqüências. A serem egoístas. A adoecerem psiquicamente por regras sociais absurdas e ignorantes que fundamos e queremos que a sigam. Não ensinamos em momento algum elas Amarem. Parece coisa de hippie eu sei, mas amar é respeitar, é ensinar a respeitar a natureza, as pessoas, a si mesmo. Skinner grande cientista do comportamento humano, já dizia o quanto o comportamento humano é moldado pelo o que o reforça, ou seja, principalmente pelo o que lhe faz bem. Se ensinarmos as crianças amor, respeito e senso critico, - longe dos dogmas religiosos, longe de questões morais, longe de valores “suspeitos” e fechados -, mas sempre ensinando acima de tudo questões ligadas ao respeito mutuo e a ética com a vida, são coisas boas. Veremos resultados! Que amar a vida, o mundo e as pessoas como a si mesmo é algo bom e só trará coisas boas a elas. Elas aprenderam sim, desde muito cedo, logo ao adentrarem na escola e a vida social.

Claro que isto requer uma parte prática no sistema, que pegando a idéia de Léo Buscaglia, Doutor em ciências sociais, filosofia e pedagogia nos E.U.A que ensinou e ensina a matéria “AMOR” para jovens universitários na Califórnia. Implementar uma matéria escolar parecida no sistema de educação fundamental, médio, e universitário – como o português e a matemáticas hoje são, adjunto com a mudança “geral” de hábitos pessoais e sociais quanto à educação das crianças e adolescentes. Penso, uma matéria que além do “Amor” em discussão quanto ao ser humano existencial, tratar também de questões de âmbito a conscientização aos problemas “ocultos” do mundo moderno. Como os males da alienação; - religião, industria, mídia e governos -, a corrupção política, o consumismo insano do mundo capitalista, destruições ecológicas, falta de ética com a fauna e flora, problemas psicossociais e de relações humanas, entre outros assuntos. Ensinaríamos a abrirem desde cedo suas mentes para as diferenças, ensinaríamos a serem mais seres humanos. (elaborarei melhora proposta no texto sobre “o Professor”).

A aprendizagem nos primeiros anos de vida e continuada até a adolescência. Já estamos cansados de saber que tem um peso gigantesco na construção da mentalidade adulta. As crianças são verdadeiras esponjas, elas fazem perguntas sobretudo, e isso é incrível. Pelo menos, acho linda a sede de saber. E me entristeço com o resultado quando adultos. Sabe o poder que as palavras tem sobre o ser humano?

Um poder imensurável, e com certeza pode ser empregado também para a construção de um novo futuro. A palavra pode aprisionar ou libertar uma criança desde muito cedo. Palavras que elas ouvem de nós Adultos.

Quando vamos acordar pra responsabilidade em nossas costas? Pois todos nós – Adultos. Somos responsáveis por ensinar e educar. Esse assunto é extenso, penso continuá-lo em mais duas partes, focando a criança, nos aspectos; aprendizagens na família e a importância do professor.

PENSEM: Quando você pensa em ter suas dúzias de filhos, você tem consciência do peso que cai em suas mãos? E por fim. Adaptar as crianças para o mundo adulto como fazemos hoje, não seria errar de novo? Mantendo preconceitos, racismos, ignorância, alienação por falta de senso critico, etc.

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