domingo, 1 de agosto de 2010

Família comprada e de aparências

“O conceito de si – quem somos – aprendemos principalmente com a família. É por isso que a família tem uma responsabilidade enorme. Ninguém jamais ensina as pessoas a serem mãe e pai. Você de repente tem um filho, e pronto. Embora possa sentir a responsabilidade, você só pode filtrar isso pelo que você é. É por isso que eu disse hoje que a coisa mais importante do mundo é você se tornar à pessoa maior, melhor, mais maravilhosa e afetuosa do mundo, pois é isso que você vai dar ao seu filho e a todos que conhecer”.

Léo F. Buscaglia


Voltando a génese da educação (parte 2):




Já chega de acreditar que ser pai e mãe é o que você vê no programa “Supernanny” apresentado pelo SBT. Aquele modelo proposto serve mais pra domesticar animais do que educar crianças, “faça o que eu quero e acho certo e te dou um biscoitinho...”. Ser pai e ser mãe é muito mais que isso, é uma responsabilidade enorme como ser humano. Cara você tem um bebe em suas mãos, você pode ou não se preocupar com o futuro dessa “coisinha” de centímetros em seus dedos. Você pode imaginar um futuro gigantesco ou singelo para ela, mas alem de tudo você pode imaginar e desejar a felicidade dela alem de tudo. Mas não prive essa criança de ser um ser humano, de ter dignidade e de viver em comunhão com o mundo que nascerá. Você contribuirá muito com a base do que ela vai se tornar.

Já basta esse crescimento exacerbado da população mundial, um crescimento desproporcionalmente gigantesco e absurdo, as pessoas tem filhos por ter, e pior não os educam. Pais abram suas mentes, planejem mais! Não haverá mundo para as futuras gerações, haverá escassez de tudo, porque hoje esbanjamos muito, agredimos a natureza e nós mesmos. E vocês pais podem mudar isso, nos seus filhos e as gerações que viram deles.

Antes de ser pais, somos pessoas. E é primordial que você se encontre (se auto-analise), que você cresça e não passe adiante os maus que no fundo você sabe quais são. Não passe seus maus para seus filhos! Não encha a cabeça deles com coisas superficiais, não os aprisione desde cedo. Não passe suas inibições, deixem que eles descubram as suas próprias e as vençam. Permitam que tenham a liberdade de serem eles mesmos, de experimentarem e tentarem. Dêem a eles essa oportunidade de viverem, de aprenderem com a vida com seus erros, pois eles erraram também e aprenderam com isso. A dor, o sofrer, fazem parte da vida, e nos ensinam também.

Aconselhem quando necessário, pois vocês já viveram muito, pra ensinar também, mas por favor não julguem não condenem. Sabe o que mais se fala hoje e o que mais falta, - se colocar no lugar do outro, pra entender o que ele sente, pra sentir suas angustias, seus medos, pra entender seus amores, seus gostos, suas escolhas.

Cuidado com as palavras pais, com o que dizem, como rotulam seus filhos, com o que os ensinam, passando adiante preconceitos, racismos, violências, idéias deturpadas da realidade, padrões ilusórios. Um exemplo:...Na nossa cultura, quando um guri tem três anos nós o tiramos do colo e dizemos: “Não se faz essas coisas, é piegas. Não se faz isso com o pai. Saia do meu colo, o que é isso, beijando o pai com três anos de idade? Você já é homenzinho. Os homens não beijam homem”.– o que acham? Ridículo não é mesmo?

Outro exemplo triste, uma mãe no mercado com seu filho pela mão, dizendo á amiga: “Este é o burrinho. O irmão é inteligente. Mas a gente tem de ter alguns burros, e afinal ele não é mau menino. Não me dá trabalho”. O que ela está dizendo ao menino? Pensa que ele é surdo? Todo mundo ensina a todo mundo, o tempo todo, o que são e quem são. Por isso é que todo mundo é professor. Como uma pessoa afetuosa, como pais principalmente é bom você tomar muito cuidado com os rótulos que põe nos outros.

Filhos não são troféus para se exibir aos vizinhos, eles não são alegoria social, pare de viver a vida de seu filho, deixe ele a viver. Pergunto-me a infinidade de conflitos pais e filhos que deixariam de existir se os pais não tivessem tanto medo da opinião alheia, e pensassem mais por si mesmos e nos seus filhos. Ou que parassem de tentar realizar nos filhos desejos que tinham consigo mesmos.

Cadê o afeto? Hoje existe o mascarado afeto social, sou seu pai e te mando um presentinho no natal e no seu aniversário, pronto fiz o papel de pai! Se isso é ser pai? Melhor nascermos de chocadeira! Os famosos pais financeiros, - eu te banco financeiramente, e ta ótimo não?! - Bem se você acha que isso basta. Família de comercial de margarina não existe, aquela utopia ridícula seria no mínimo monótona no mundo real. Não é essa a proposta. Os pais deveriam ser mais presentes na vida dos filhos, no ponto em que um filho pudesse falar “poxa eu posso contar com meu velho cara!”, e não a invasão de privacidade, os castigos e normas ditatoriais que os pais fazem.

No final das quantas os pais não tem grande culpa com seus erros como pais, principalmente se deram o melhor de si. No fundo vamos ver que o problema é mais profundo, está em nós como pessoas, não aprendemos sermos pessoas! Estamos sendo ensinados a sermos robôs, ou algo do tipo. Nos distanciando e morrendo de solidão. Mas somos culpados como pessoas, como pais, quando nos é apontado a “solução”, ou melhor, um novo caminho pra recomeçar, partindo do principio que o atual não está dando certo. Somos culpados quando abraçamos a ignorância, e pior, a cultivamos.

Vamos parar de falar e começar a agir!



NOVA LEI DAS PALMADAS



“O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que proíbe qualquer tipo de castigo físico em crianças. O projeto é semelhante a outro, da deputada federal Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, que emenda o Estatuto da Criança e do Adolescente, e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. A iniciativa, contudo, desperta reações diferentes entre especialistas em educação.” (Diária do Vale – jornal online)

Não poderia deixar de falar sobre essa lei, pois é um dos maiores avanços que tivemos nos últimos anos. A família dará um grande passo, passando da arcaica palmada que agride, ensina violência e pior de tudo priva os filhos da conversa civilizada, do dialogo. A lei traz uma proibição total das palmadas, logo os pais felizmente começaram a conversarem com seus filhos, aos ensinarem. Começar em leis simples como esta uma nova forma de educar, mais civilizada, mais responsável, mais digna e humana. Devemos nos livrar de algum habitos culturais que são verdadeiras práticas pré-históricas. Não é porque está impregnado na cultura que é algo bom, ou sadio. Devemos sim abraçar essa nova lei, e aprendermos nos comunicarmos com nossos filhos!


Grande avanço para a familia brasileira!





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