
Gosto de falar que somos livres, pois acredito que no fundo realmente somos. Mas sei também que o mundo em que vivemos, o sistema que compartilhamos em nossas relações, em nossos trabalhos e comunhão social - Vem mesclado de uma liberdade ilusória. Muitos pensariam agora; “então você está se contra dizendo, pois o fato do ser humano viver com a presença de liberdade ilusória logo isso começa a fazer parte dele, portanto não é livre”. De fato é verdade, mas penso que de fundo existencial, nascemos livres! E depois somos ensinados, e apresentados a uma falsa liberdade a que começamos a cultuar, muitas vezes pra sobreviver. Infelizmente!
Aprecio e compartilho de muitas das idéias de Karl Marx. Principalmente quando diz sobre o materialismo histórico, acredito ser a melhor das concepções para entender os resquícios do passado, traduzidos da forma mais expandida e universal sobre as sociedades. Explicando a impregnação da mentalidade capitalista adjunto de toda formação de ideologias culturais manchadas de um existencialismo irreal, uma busca falsa, a partir de desejos e necessidades de uma minoria privilegiada por questões econômicas, que realimentam um ciclo.
Acredito que uma melhor forma de apresentar a realidade para as crianças e futuras gerações (pra mim a esperança para sairmos destes ciclos) para que possam usufruir a liberdade real. Esta na concepção de Descartes que diz que a liberdade está no plano das escolhas em alternativas. Alternativas que devem ser apresentadas de forma clara, objetivas e mais verdadeiras possíveis. Para que assim mais fácil se escolha uma alternativa. As alternativas são fruto da aquisição de informações, e muitas vezes as pessoas são privadas das informações da qual precisariam pra melhor entender suas alternativas, e por tanto decidirem suas escolhas.
Privação que não vem só da ignorância e falta de procura humana, mas sim de um sistema que precisa desta ignorância pra se manter. Logo entrar nesses assuntos, ou pior ensiná-los, prejudicaria a dinâmica do mercado e do dinheiro dos bolsos de empresários.
A questão da liberdade deve sempre entrar em pauta e discussão. Penso que algumas liberdades estruturadas hoje, principalmente por segmentos governamentais e corporativistas (industria e religiões), seriam melhor substituídos por libertinagem. Pois quando analisamos tais liberdades, vemos um olhar paternalista, ou seja, autoritário. Olhar esse que julga e passa por um filtro; “o que é melhor pra comunidade”. Esse olhar deve ser abolido, pois acreditar que “preciso proteger as pessoas delas mesmas”, socialmente pode vir como um olhar de cuidado e preocupação, mascarando muitas vezes um problema mais profundo que é da autoridade sem limitações, sem liberdade!
Só pra finalizar gostaria de citar mais um aspecto, mas creio que o trabalharei melhor em outro momento, que é a questão da democracia, hoje mesclada pela ignorância ensinada, e infelizmente impreguinada na população. É claro que a democracia hoje é muito bem aceita, pois se o povo não tem a informação necessária pra entender as verdades que os rodeiam, como podem escolher a melhor alternativa. Ai cabe ao marketing, aos multishows da vida, e propaganda, afinal um sorrisinho e pirulitos de graça definem tudo.
Gosto da concepção de Spinoza: “Associada à liberdade, está também a noção de responsabilidade, já que o acto de ser livre implica assumir o conjunto dos nossos actos e saber responder por eles.”
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