quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Você ira esperar a morte lhe alcançar pra perceber que nunca viveu?


Existencialismo e Relações Humanas (parte 3)


Thoreau: “Ah Deus, chegar ás portas da morte só pra ver que nunca se viveu”.

Faça um exercício que aprendi recentemente lendo sobre a filosofia budista: Pense: “o que pensamos ser essencial?”.

Muitos pensam que é o corpo essencial, e passamos a maior parte de nossas vidas cuidando obsessivamente dele, como já disse enriquecemos o comercio. Já pensaram na sua rotina, sabe quando você começa a odiar o trajeto do seu dia? Odeio acordar de manhã, odeio esse café, odeio isso, e aquilo. Porque você segue essa rotina exaustivamente igualzinho todos os dias? Até mesmos nas mesmas situações rotineiras, no mesmo ambiente, sua postura poderia mudar, isso qualquer um pode fazer.

As vezes achamos que as posses são essenciais. Casas grandes, muito dinheiro. Outras pessoas, Metas, metas grandes e importantes são essenciais. Passamos a vida nos garantindo contra um destino iminente, que, temos certeza, está á nossa espreita. E fazendo tudo isso deixamos de viver o momento presente. A realidade é o agora. Pense no seu futuro, mas nunca se esqueça de viver bem seu presente enquanto espera esse futuro.

Olha não sei vocês mas não acho um carro essencial, não acho essencial meus estudos, não creio que seja essencial minha casa, meu computador, ou minhas roupas.

O que é essencial em mim? – Bem, acho que o essencial é que vivo e abraço o agora, aonde quer que eu esteja. Eu agarro em meus braços! Parei de perder tempo chorando o passado. Ele já se foi. Perdôo meu passado. Perdôo as pessoas que me magoaram, e me perdôo pela magoa que causei. Pois aprendi com tudo. Percebi que viver livremente sem medo de errar, é ocupar o tempo sem medos, sem restrições ou auto-repulsa. Comecei a gostar de mim, como sou, assim mesmo cheio de imperfeições, mas que me tornam único. Me entreguei as coisas. Comecei a descobrir o mundo, me descobrir. Que gostoso, estou sentindo a mudança em tudo.

Nikos Kazantsakis diz: “Você tem seu pincel, tem suas tintas, pinte o paraíso e depois entre”. Faça isso! A sua vida que é essencial.

Sei que vai parecer estranho, mas percebi que é uma verdade. Pra aceitar a vida você tem que aceitar a morte. Saber que a morte existe é um presente que só o ser humano tem. A morte nos indica que temos um limite. Ou seja, temos um tempo e tudo vai acabar. Agora lhe pergunto o que quer fazer com seu tempo? O exemplo clichê: “um médico de dá um ano de vida” – ai sim daríamos valor ao tempo não é?

Como é bom aprendermos a usar nossos corpos pra descobrir o mundo. Sentir as coisas. Os sentimentos, como é bom ter experimentado da raiva, medo, alegria, tristeza, esperança...

Outro dia estava pensando, sabe quando somos crianças e ganhamos um brinquedo novo, ou estamos adorando a brincadeira na rua com nossos amigos, e por algum motivo temos que parar o que estamos fazendo para ir dormir, porque mamãe nos chamou? Ai nós deitamos na cama ainda alvoroçados, elétricos, querendo logo que a noite passe pra correr pra brincar, pra correr pra se divertir, pois no outro dia tudo é possível. Penso que pena que perdemos isso, porque não dormir todos os dias assim elétricos, alvoroçados com o que vamos fazer amanha. Como seria bom se voltássemos a nos sentir livres.

Desenvolva no seu corpo a maravilha de provar, cheirar, sentir, descubra coisas que nunca fez, ora ainda há tempo de fazer. Se você faz uma coisa muito bem, pare de fazê-la, tente o novo, é um desafio.

Deixe de lado esse mundo ignorante e limitado, e se desenvolva com você e o mundo. Lembre-se que o ego não é essencial, “ah minha opnião é formada, eu sou assim.” Pare com isso, não defenda seu ego como se ele fosse uma unidade formada e única, ele não é! Você aprendeu ele, você construiu ele. Em qualquer momento você pode mudar seu ego, mudar quem você é, mudar suas idéias, se mudar! Mas enquanto você for “apático” – “ah eu não ligo a mínima” – você não descobrira o que é essencial!


Paro por aqui, deixarei você pensar o que é, e o que não é essencial.

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